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Viagem para os EUA

29/07/2011

Viagem para os eua.

A tristeza.

Minha tristeza.

Acordei as 2:40, 3:16, 3:54, 4:15 finalmente o despertador/celular tocou: 4:45. sono.

Levanto, tomo os remédios: selozok 25, naprix 5 e o do colesterol. Preparo o café… água no fogo, lavar garrafa térmica, colocar o pó no coador. tento abrir o computador para ver se tem alguma emergência no imeio. Lento. A água ferve. Pão com queijo. O interfone toca. Taxi chegou. Ainda não estou pronto. Vai demorar um pouco. Cristina acorda. Tomo banho frio me visto. Despedida triste triste. Saio. Taxi. Aeroporto.

O funcionário da American Airlines me tira da fila, leva para o escritório. Faz o chequim. Muda meu lugar. De Recife a Miami, janela, porta de emergência. Mais espaço para as pernas. Libera a bagagem de mão sem pesar. 15,5kg. Liberaria?

Cristina liga. Lembro q vi no computador uma página de horóscopo aberta. Câncer. Falo c ela.

Vou embarcar. Ela liga de novo. Leu o horóscopo.

Lembro q tenho perfume na mala. Volto, aviso no balcão. O funcionário n avisou ao senhor? Ele tinha tantas perguntas q deve ter esquecido. Nós temos a obrigação de lembrar aos passageiros.

Vou embarcar. Raio x. Tiro a carteira. Uma nota de 50. preciso trocar dólares. Volto. Troco 918 reais por 550 dólares. Lembro que esqueci 1000 dólares em casa.

Ligo pra Cris. E aí? Te mando, faço um depósito. Vamos ver. Deixa pra lá. Quando chegar eu vejo. Nos falamos.

Volto pro embarque. Entro. Café. Balas de canela.

Sento. Escrevo. A voz do voo convoca os passageiros.

30/07/2011

Em noviorque sentado no terminal 5 do jfkairport.
O terminal 7 só abre às 4h são 3.

passei 5 horas em miami – duas das quais numa sala da emigração. Sabia q o guichê 27 daria problema. Essas coisas, n sei porque n troquei de fila. As outras andavam até mais rápido. O cara olha pra mim, pergunta o q vim fazer nos eua. Passeio, férias, businesssss….. fui convidado para um festival de teatro. Mostro a carta. Tudo parece bem, foto, impressões digital. Venha comigo e, desde q estava na fila levantou pela primeira vez e pela primeira vez saiu de seu guichê 27 e me levou pra outra fila. Entregou meu passaporte a outro funcionário q me mandou passar. Mas meu passaporte está aí. Então fique na fila. Foi chamando e colocando os passaportes em pastas amarelas, azuis ou vermelhas. Pra uma dessas últimas foi o meu. Outra fila. Me acompanhem. Entramos numa sala totalmente olhos azuis. vi o filme. Tensão. Uma criança chora sem parar. N escuto as chamadas dos nomes. Alguns são chamados, levantam, vão até um dos guichês. Saem. Aparentemente sem saber porque estavam ali nem porque saiam. E eu sem saber porque estou nos eua.

Saio, comer alguma coisa telefonar n dizer a cris q estive detido na sala de imigração ou emigração. Preocupar pra q? Falo c ela. N sem antes me embananar c o cartão de telefone. O rapaz da loja q vendeu me ajuda.

antes o voo de salvador para recife. Sono acabei de ler o livro de bárbara babi, q trabalhou em barba azul e dom quixote e pensei em dirigir senhorita julia c ela e lázaro. Chegamos a fazer uma leitura. N me conformo com as traduções de strindberg. Acho q ele deve ser melhor. Soubesse sueco…. bonito livro. De buscas procuras endesencontros. Tenho q falar c ela dar um retorno. Edição independente. Notas frias do corredor alado é o nome do livro. N vejo marca de patrocinador nem de programas governamentais de incentivo. Viva!!!

começo a ler Pepetela – O planalto e a estepe.

Escrevo mais um pouco o q vou falar. Eis o q vou fazer falar num seminário dentro de um festival nacional de teatro negro. Sobre teatro negro e novas tecnologias. Um texto frankenstein. Juntando meu assunto de agora – novas narrativas/novos atores – com meu assunto de antes: teatro negro.

Decepcionei muita gente na secretaria. Parte do teatro baiano esperava q fosse uma gestão para o teatro. Para resolver o teatro baiano. $$$$$$$$$ para montagens. Nada de um pensamento de políticas q ajudem o setor a ser independente e sustentável. Pode ser? N pode? N deve continuar como está. Mas está sem público porque sem interesse, sem necessidade. Exercício de vaidade, ganha pão. N um serviço público. N um diálogo contemporâneo. E volto à minha questão atual novas narrativas convergência de produtos e processos. É o q vou falar no meu texto frankenstein.

Gostaria de falar em inglês como falo em português. Aí dá pra levar. A emoção q alguns assuntos despertam em mim ajuda. N sei como vai ser um texto escrito em português, lido e traduzido…. sei n. E pra isso tô aqui.

Depois de recife, pra miami.

Fotos, crianças no banco da frente. Meu lugar na janela da porta de emergência. Uma senhora no corredor. Cadeira vazia entre, cheia de mochila e travesseiros. Sono durmo. Leio escrevo, tiro fotos. Levanto almoço merendo vou ao banheiro passo fio dental escova e pasta nos dentes. Vou ao banheiro várias vezes pra levantar andar e mijar.
Horas de viagem. Pessoas como eu entraram em salvador, saíram em recife, voaram pra miami, circulam pelo mia miami international airport circulam pelo jfk em n york. Parece filme.

Cláudia leite vai fazer show em newark e boston. Toda a equipe faz parte desse contingente nômade. Vários outros. Família de pai mãe filho filha casais solitários. Viro uma esquina um deles. Podia ser um filme de perseguição ou de terror.

Janto um sanduíche no subway. Depois descubro um restaurante junto ao gate D38 onde vou embarcar, q tem ropa vieja – prato de carne q adoro mas o sanduíche tava gostoso.

Embarco para noviorque. Esperar mais 5 horas. O terminal 7 só abre às 4. são 3:45 vou rodar corredores e esteiras rolantes pegar de novo o air train e chegar la.

Rumo a washington em novo avião. depois, finalmente, um outro pra greensboro perto de winston-salem – carolina do norte.

E teve a segurança das duas entradas em salas de embarque: miami e ny… tira sapato cinto leptop carteira bota tudo em bandejas para o raio x torrar e passa por um aparelho q checa o corpo todo. Uma exposição quase total de cada um. Um país q vive acuado pelo terror. Pelo pânico da possível revanche a tudo q faz mundo afora.

O terminal 7 abriu a moça q atendia no balcão da united airlines era brasileira e me ajudou no chequim. Café: melão capuchino e cinamon twist tradicional. Espera.

01/08/2011

Winston-Salem north caroline eua – depois das 5 horas de ny, washington e um avião pequeno daqueles de 2 lugares de um lado e 1 do outro. E outro avião igual de washington pra greensboro.

No aeroporto Olasope Oyelaran – nigeriano radicado nos eua, professor aposentado da universidade da nigéria e daqui – organizador do Colóquio: Black theatre and the critical canon: a call to the culture bearers, onde falo dia 5 sobre Teatro negro e novas tecnologias.

Ele me espera no aeroporto e dispensa o carro que ia me levar. Vamos tomar o breakfast e conversar. Sinto uma reponsabilidade muito grande de estar aqui. Único representante do brasil, já que Cobra e Evani Tavares não puderam vir. A expectativa sobre o papel do brasil é muito grande.

Suco capuccino e panquecas.

Hotel. Banho internet sono. E o telefone toca. Uma rádio local solicita uma entrevista. Em inglês? Topo. Amanhã…. domingo. Rio, primeira entrevista em inglês pra rádio. Em londres, pra zumbi, eu dei?

N durmo mais. Tenho q acabar de escrever minha fala. N escrevo. Tortura escrever.

Fome. Saio pra comer. Tudo é cenário de filme americano. Sem legenda. Tiro fotos. Restaurante italiano. Ligo pra casa antes. Cheguei. Salada e fetuccine a l’arrabiatta.

Volto pra casa.
Hotel.
Internet. Sono. Pepetela. A bela e a fera na televisão, em inglês. Sem legenda e sem dublagem. Durmo.

Acordo tarde no sábado. O café da manhã do hotel é terrível: ovos mexidos, bacon, um mingau branco sem gosto, bolinhos de batata fritos, n tem pão, ao invés, biscuits e uma rosca dura mais escura c gosto de canela, outra clara. Cream cheese, geleias, manteiga e mel. Bananas e laranjas. Suco plástico de laranja e de frutas vermelhas. E de maçã q n gosto. Muito doce. Chafé ou chá e leite…

volto pro quarto a rádio faz confusão. Vários ligam… vários horários. Finalmente chega o reporter e chama. Vou à recepção. Dois jovens negros. O entrevistador é ator e dramaturgo. Falamos sobre teatro e sobre projetos: os dele – ir para L.A. Fazer audição para hollywood. O último texto q está escrevendo sobre um músico q foi assassinado, supostamente por uma prostituta. Falo pra ele q é minha primeira entrevista em inglês pro rádio. Rimos. Gravamos, o outro filmou numa canon rebel t3, como a minha. Falamos sobre câmeras. Filmes, meus projetos, minha fala: teatro e novas tecnologias, explico a questão das redes sociais e suas dramaturgias, do tempo real e espaço virtual. Como o teatro pode aglomerar uma comunidade virtual e outra presencial, e compartilhar tempo e discurso.

trilogiaRemix… é incrível. Vou fazer? Faz sentido? Como? Parte da minha vinda é uma fuga, um distanciamento, um olhar em perspectiva para o bando, para o vila, para mim e meus 40 anos de teatro. Como é q vai ser aqui? Como é q vai ser a volta?

Toda viagem é uma tentativa de volta. Pra algum lugar. Pra alguma coisa. E essa coisa é a nossa casa e nossa casa é um lugar simbólico q representa Eu mesmo. Q eu? Devo falar de mim eu quem. O jasão de müller.

Publicado em 03/08/2011 | nenhum comentário

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